Cidade no interior do Piauí celebra o vínculo com a sanfona

Dom Inocêncio, que é considerada a terra da sanfona, acaba de inaugurar um museu inteiro dedicado a esse instrumento. O espaço vai abrigar relíquias da cultura nordestina.

Cidade no interior do Piauí celebra o vínculo com a sanfona
Monumento da Sanfona em Dom Inocêncio-PI

Na maior parte do país, esta terça-feira (13) é o penúltimo dia oficial de carnaval. Mas uma cidade no interior do Piauí celebra o vínculo com outra tradição brasileira.

Em Dom Inocêncio, no sertão do Piauí, uma sanfona com quase 10 m de altura dá as boas-vindas ao visitante. Há quem diga que, por lá, há tocador para cada família.

 

"É tanto que as estatísticas nos dizem que 35% das pessoas em Dom Inocêncio são sanfoneiros", diz o poeta João Dias.

 

Clóvis Pereira está beirando os 80 anos e afirma ser o sanfoneiro mais antigo da cidade.

 

"Das coisas que eu mais gosto na minha vida é primeiro saúde. Segundo, amizade. E terceiro é tocar sanfona, forró”, conta.

 

O estudante Fabrício Almeida está tentando dominar o instrumento.

 

"Eu acho que mais é o dom e a pessoa insistir no que tem que fazer", diz.

 

Esforço e talento não faltam para os jovens e adultos que participam do projeto social Acordes do Campestre, que há mais de 20 anos vem formando mais do que músicos.

 

"Representa gratidão, se tornar um cidadão de bem, levar a cultura da nossa cidade a outras cidades para o Brasil inteiro", afirma o estudante Augusto de Assis.

 

Agora, Dom Inocêncio, que é considerada a terra da sanfona, acaba de inaugurar um museu inteiro dedicado a esse instrumento. O espaço vai abrigar relíquias da cultura nordestina como um fole de 8 baixos que já pertenceu a Seu Januário, pai de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e responsável por imortalizar a sanfona.

Museu da Sanfona em Dom Inocêncio-PI

"Hoje, a gente exporta sanfoneiros e Dom Inocêncio já é considerada a capital do forró no Piauí, e eu acho que agora, a partir do museu, o mundo vai também sabendo dessa existência", afirma Salvador Nunes, coordenador do museu.

 

São oito galerias e uma sala de vídeo que convidam o visitante a um passeio pelo tempo, contado por instrumentos e objetos que exaltam a cultura popular brasileira.

 

"Eu acho que as pessoas têm que vir, presenciar, olhar e admirar tanta beleza, tanta coisa bonita que tem aqui no Museu da Sanfona", diz o comerciante Valderi Nascimento.

 

Agora tema de museu, a sanfona nordestina vai continuar fazendo a alegria de muita gente.

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Fonte: G1